Gustavo Free: "A cena independente tem crescido bastante, isso é massa!".
Começamos o mês de junho com Gustavo Free. Ele é artista plástico, DJ e designer de moda. Nasceu em Vitória de Santo Antão e hoje mora e mantém o seu ateliê em Recife. Gustavo é um cara tranquilo, colorido, autodidata e boa praça. A sua marca está no mercado há 6 anos e já formou o seu público, marcando presença em grandes eventos, como o Fashion Revolution Week. O seu trabalho pode ser visto e adquirido pelo site www.thinkcolletion.com.br ou Instagram @thinkcollectionrules.
[MATACULTURAL] O seu nome é mais conhecido que sua marca. Como você se tornou Gustavo Free?
[GUSTAVO FREE] Me chamo José Gustavo Ferrer de Morais Santana, onde um nome deste tamanho seria fácil de lembrar? (kkkk). O Gustavo Free surgiu de uma brincadeira, eu precisei me apresentar como Dj (uma das atividades que faço profissionalmente) e não tinha um nome "artístico". Eu também não imaginei que as coisas que fazia como "diversão" tomariam essa proporção... esse é um nome que eu gostaria de não usar mais, mas agora já foi...
[MATACULTURAL] Sabemos que você domina toda a linha de produção, desde a concepção até o acabamento final. Isso não é comum no meio da moda. Por que você escolheu esse caminho?
[GUSTAVO FREE] Sempre gostei de atividades diversas, acredito que tudo influencia no resultado final do trabalho.Saber um pouco de todos os processos faz você entender melhor o que ta fazendo, eu fui forçado a aprender, ainda sei muito pouco mas, isso ajuda na escolha do material adequado, na estampa para cada tipo de tecido, na orientação com as costureiras... tudo é muito importante.
[MATACULTURAL] Há quem diga que você é 'americanizado'. É verdade? Quais as tuas influências criativas?
[GUSTAVO FREE] Sim, todos somos, mesmo sem querer! Nós somos bombardeados de cultura americana todos os dias: nas escolas aprendendo inglês, nos shoppings comprando de fast fashions, nas praças de alimentação comendo em franquias... Eu posso ter demonstrado minhas referências antes de todos... Porém, no meu caso, o Grafite, que foi como eu comecei nas artes, é elemento da cultura hip hop que surgiu em Nova York. A música Disco/Eletrônica que surgiu nos anos 80 também e as referências de moda que tive foram de cantores de bandas de rock. Não tinha como eu fugir ou negar isso...
[MATACULTURAL] Você atende no seu ateliê/casa em Recife. Esse atendimento personalizado faz diferença ou é modinha?
[GUSTAVO FREE] Claro, eu conquistei clientes que além da estética se identificam com estilo de vida/trabalho que faço, (pessoas) que não vão em shoppings e que preferem saber quem está por trás das roupas... Eu acredito que essa tendência tem crescido bastante, as pessoas estão mais conscientes em relação ao consumo. Isso tem sido muito bom pra marcas independentes.
[MATACULTURAL] Você, ainda mais novo, era DJ e realizava muitas festas em Vitória. Era uma estratégia para popularizar a sua marca ou pura diversão?
[GUSTAVO FREE] Por diversão, mas ajudou bastante no trabalho com as camisetas. As pessoas podem estar sem gás, sem gasolina, mas não deixam de ir em festas, beber pra esquecer os problemas e acordar com eles ainda maiores. (kkkkkkkkkk).
[MATACULTURAL] Comente a seguinte frase: "Os artistas de Vitória não podem reclamar, a Secretaria de Cultura faz tudo por eles".
[GUSTAVO FREE] Eu não posso falar do que não vivi. Eu encontrei uma Secretaria de Cultura jurássica, acho que ainda estamos nessa era! Eu vi esses dias alguém questionando o porque da secretaria só fazer festa de Carnaval e São João, achei fantástico!!
[MATACULTURAL] Você tem vindo a Vitória? O que você encontra por aqui de interessante?
[GUSTAVO FREE] A comida de mainha, meus amigos, o Cineclube Avalovara, o Canal Tapacurá... no geral, vejo que os artistas independentes estão mais unidos, mais fortes e se articulando mais. A cena independente tem crescido bastante, isso é massa!
[MATACULTURAL] Como você gostaria de ser lembrado?
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