Festival Mamulengando Pernambuco promove premiação (veja os indicados).

 



O 1º Festival Mamulengando Pernambuco está promovendo uma premiação, com a participação de diversas categorias. Inicialmente, a coordenação do festival recebeu indicações e, seguindo as regras estabelecidas, apresentou os nomes mais votados. Agora, o público em geral pode escolher o seu favorito em cada categoria. 

Para votar, acesse o formulário AQUI.


Seguem abaixo, todos os indicados:



Sobre os indicados a categoria
Mestre Bel (Glória do Goitá-PE).

Mestre no Mamulengo Arte da Alegria, fundado em 2014. Aos 04 anos começou a vivenciar o Mamulengo acompanhando o pai, mestre Zé Lopes (in memoriam), em suas brincadeiras. Já aos 17, tocava e respondia as loas dos bonecos tanto no Mamulengo Teatro Riso do seu pai, e tempos depois com o mestre Zé de Vina (in memoriam), de quem foi discípulo, acompanhando este último até o fim de sua trajetória. Em quase quatro décadas de atuação brincou em vários Estados brasileiros, sendo sua principal marca a batida dos pés dentro da barraca. "O Mamulengo é importante para mim por manter a memória do meu pai, o mestre Zé Lopes, e do mestre Zé de Vina, fazendo a salvaguarda dos dois mestres", afirma Bel.

Mestra Cida Lopes (Glória do Goitá-PE).

Cida Lopes é mamulengueira, bonequeira e mãe. Aprendeu o ofício com seu pai, o mestre Zé Lopes (in memoriam). Começou ainda menina no Mamulengo Teatro Riso e desde então atua no Mamulengo há mais de 20 anos. Acredita que o Mamulengo tem um poder transformador, o vê como uma herança herdada do seu povo e que vem sendo passado de geração em geração, contando histórias e encantamentos. O Mamulengo é um retorno a nossa ancestralidade, fala de vivências, ensinamentos, é a representação da identidade cultural da nossa gente, afirma a mesma.

Mestra Titinha (Glória do Goitá-PE).

Bonequeira e mamulengueira, casada com mestre Bel e mãe de quatro filhos, é cofundadora da Associação Cultural dos Mamulengueiros e Artesãos de Glória do Goitá-PE, instituição que presidiu por 14 anos. Junto aos seus colegas brincantes, mantém vivo o Museu do Mamulengo de Glória do Goitá-PE com diversas atividades de difusão do Mamulengo. Em 2008, colaborou com a fundação do Mamulengo Nova Geração, e hoje é mamulengueira nessa brincadeira que, historicamente, foi comandada por homens. Ao final de 2020 funda o Mamulengo Flor do Mulungu, grupo composto só por mulheres. Atualmente o único grupo que brinca o Mamulengo tradicional apresentado só por mulheres. Segundo Titinha: "O Mamulengo não só é uma coisa que eu me divirto, porque com ele eu esqueço a tristeza, mas também é meu sustento, com ele crio meus filhos e cuido da minha casa".





Sobre os indicados a categoria
Mestre Bila (Glória do Goitá-PE).

Mestre Bila, batizado como José Edvan Ferreira de Lima, brinca de Mamulengo desde os nove anos de idade. Ele é discípulo de mestre Zé Lopes e mestre Zé de Vina, e por isso conhecedor profundo das artimanhas do Mamulengo! Fundou o seu brinquedo, o Teatro História do Mamulengo em 2009 ,e com seus bonecos, viajou boa parte do país participando de grandes eventos como: SESI Bonecos do Mundo, Fenearte (premiado no Salão de Arte Popular Ana Holanda em 2016) e Festival de Inverno de Garanhuns. "O Mamulengo é onde eu ganho meu pão de cada dia, mas não é só isso, cada personagem se tornou uma família pra mim, são personagens que encantam as pessoas, os jovens, as crianças e os adultos. Mamulengo pra mim é tudo!" afirma o mestre.

Neide Lopes (Glória do Goitá-PE).

Artesã e contramestra mamulengueira, aprendeu o ofício com o mestre Zé Lopes (in memoriam), e nos últimos 30 anos vêm atuando de maneira ininterrupta na produção de bonecos e nas brincadeiras dos grupos Teatro Riso e Mamulengando Alegria. Para Neide, o Mamulengo é uma manifestação cultural que vai além do lúdico, é educativo, comunica, gera aprendizado, trabalho e alegria para quem faz e para quem assiste, seja jovem, criança ou adulto. Por isso é importante mantê-lo vivo, formando cada vez mais pessoas nesse mundo encantado dos bonecos.

Mestre Tonho de Pombos (Pombos-PE).

Natural de Pombos-PE, iniciou seu ofício de brincante aos 13 anos tendo por influência em sua formação o mestre Antônio Biló (in memoriam), com quem aprendeu a fazer os bonecos. Em sua trajetória destaca-se como escultor, tendo trabalhado em eventos como: o SESI BONECOS do Mundo - Festival Internacional de Teatro de Bonecos. Carnaval de Recife e Olinda, Paixão de Cristo de Nova Jerusalém-PE, além de diversas feiras de artesanato. Com a pandemia, o mestre passou a dedicar-se à transmissão de saberes do ofício bonequeiro por meio do canal Mulungu no Youtube.




Sobre os indicados a categoria
Eduardo Felix (Glória do Goitá-PE).

Bonequeiro e mamulengueiro de Apoti, zona rural de Glória do Goitá-PE. Em 2019 fundou o Mamulengo Teatro do Povo e desde então vem brincando pela região as passagens que aprendeu com os mestres Zé de Vina e Zé Lopes, sobretudo com este último. Para o jovem brincante, "o Mamulengo mostra a vida do agricultor e do homem do campo, suas origens nordestinas, conta da forma de fazer o teatro de bonecos e traz a cultura popular para todos".

Mamulengo Água de Cacimba (Olinda-PE).

O grupo formado por Mariana Acioli e Allan de Freitas, nasce em 2019, do acervo de bonecos deixado como herança pelo mestre Afonso Aguiar (1957-2019), de Teresina-PI, e pela atriz Ceça Acioli, Recife-PE (1949-2005). O grupo vem apresentando sua brincadeira, "A Flor do Mamulengo", em praças, escolas, livrarias e projetos sociais de Recife e Olinda. Ao mesmo tempo que preserva a tradição e mantém vivo a história do mestre Afonso, o grupo também dá passos em direção à novas descobertas e possibilidades de brincar. Para o grupo "O mamulengo expressa a complexidade do povo nordestino. Uma tradição de teatro cômico e crítico, que retrata o cotidiano: o trabalho, as relações sociais e de poder, as festas, costumes e religiosidades populares. Esse brinquedo ancestral que atravessa gerações mantém vivas identidades e resistências."

Mamulengo Risadinha (Glória do Goitá-PE).

Fundado no dia 12/10/21, o grupo - foi fruto das oficinas do projeto cultural "Inventariando o Patrimônio: criação, organização e difusão do acervo etnográfico permanente e documental do Museu do Mamulengo de Glória do Goitá" sendo composto apenas por adolescentes de Glória do Goitá-PE, tendo como professores, os mestres Bel, Bila e a mestra Titinha. Hoje, o Mamulengo Risadinha integra a Escola Pernambucana de Mamulengo Mestre Zé de Vina, coordenada por Pablo Dantas. Para esses jovens meninos, que estão acessando os saberes da tradição da Zona da Mata, "O Mamulengo é uma manifestação artística do Nordeste do Brasil e faz parte de nossa cultura. Estamos aprendendo muito com esta experiência" afirma Tiago um dos integrantes do grupo.





Sobre os indicados a categoria
CanalBabau- Salvaguarda do Mamulengo Pernambucano Patrimônio do Brasil (Garanhuns-PE).

As ações do projeto Salvaguarda buscam reconhecer e valorizar as casas dos mestres mamulengueiros enquanto espaços multiplicadores e representativos para a comunidade que os cercam. Os brinquedos abraçados por este projeto são realizados e registrados a partir de ações públicas de promoção da brincadeira do Mamulengo nas escolas, em documentário e animações exibidas no Canal-Babau. Para Wagner Porto, coordenador da ação, “o Mamulengo é importante para o povo brasileiro, porque mesmo pequenino nele cabe o mundo inteiro, toda a cultura exalta, é completo sem ter falta, viva o povo presepeiro!"

Encontro de Mamulengos em Carpina 2021 (Carpina-PE).

Realizado em dezembro de 2021, a segunda edição do evento teve como grande homenageado e anfitrião o mestre João Galego, que se apresentou junto aos mestres Bibiu, Miro, Calú e Vitalino. O Encontro foi uma importante ferramenta de integração cultural e um marco na retomada as ações presenciais em tempos de pandemia. Para Antônio Neto, realizador do evento, "O Mamulengo vai muito além do brinquedo! É magia, é alegria, é amor pela cultura. Representa a real cultura brasileira interiorana, é uma expressão cultural que permite ao público uma viagem ao universo dos bonecos, transformando adultos e crianças".

Museu do Mamulengo de Glória do Goitá (Glória do Goitá-PE).

Aberto ao público desde 2003, o Museu vem sendo gerido por brincantes, produtores e pesquisadores natos. Nos últimos 20 anos tem desenvolvido projetos culturais com foco na difusão dos saberes inerentes ao brinquedo. O espaço, que está na rota turística do Estado, abriga diversos grupos mamulengueiros, mestres, mestras e brincantes que muito têm contribuído para a perpetuação desta brincadeira. Para este coletivo "O Mamulengo é um brinquedo popular autêntico, fruto da criatividade do povo brasileiro e, por isso, parte fundamental de nossa história. O Mamulengo está vivíssimo em nós e, por ser vida, deve ser preservada".




Sobre os indicados a categoria
Mestre Calú (Vicência-PE).

Aos 76 anos, Calú é um mestre da antiga geração do Mamulengo. Em 1964 funda o Presépio Flor de Jasmim, e desde então já são 58 anos dedicados a esta cultura que aprendeu com o seu pai. É mamulengueiro e bonequeiro e se destaca por ter um Mamulengo da vertente do Presépio, algo extremamente raro no Brasil. “Eu me sinto muito satisfeito brincando. É cultura. É muito bom brincar com esses bonecos, me sinto satisfeito demais. Mamulengo é minha vida, só deixo quando fechar os olhos” afirma o mestre.

Mestre João Galego (Carpina-PE).

Nascido em Pombos/PE, foi discípulo do Mestre Solón. Em 1985 funda o Mamulengo Nova Geração inspirado no Mamulengo Invenção Brasileira do seu mestre. João Galego é um exímio poeta, artesão e mamulengueiro, assim como construtor dos seus próprios bonecos. Já participou de inúmeros festivais e projetos. Para João Galego "O Mamulengo é a resistência da cultura popular brasileira".

Mestre Vitalino (Nazaré da Mata-PE).

José Vitalino da Silva conhecido por mestre Zé Vitalino nasceu em Bom Jardim-PE no dia 16/04/1932. Aprendeu o ofício com o mestre Antônio Pabilar e começou a brincar em 1986, fundando o Mamulengo da Saudade e desde então vêm se apresentando em festivais, encontros, e dando lição, modo como o mestre se refere ao ato de repassar seus conhecimentos. Para Vitalino "O Mamulengo é muito importante para a cultura brasileira porque é uma das primeiras brincadeiras do mundo".



Sobre os indicados a categoria
Mestre Solon (Carpina-PE).

Nascido em 1920 em Feira Nova-PE, aos oito anos assistiu pela primeira vez uma brincadeira de Mamulengo. Já em 1937, aos 17 anos, criou o Mamulengo Invenção Brasileira (que o tornaria conhecido em todo o Brasil). Para além do Mamulengo, foi figura ativa no movimento cultural de Carpina, se envolvendo em diversas organizações culturais com foco em manifestações populares cênicas, carnavalescas e circenses. Hoje, seus bonecos são encontrados no Brasil e no exterior: Portugal e China. Faleceu em 1987, e mesmo tendo se passado mais de três décadas de sua morte o mestre ainda é considerado uma influência para o Mamulengo e para cultura de Carpina-PE.

Mestre Zé de Vina (Lagoa do Itaenga-PE).

Também conhecido por Zé do Rojão, nasceu em 1940 na cidade de Glória do Goitá-PE, foi um dos mamulengueiros mais célebres de sua geração, tendo influenciado muitos brincantes de sua região. Em 1957 funda o Mamulengo Riso do Povo, grupo que conduziria até a sua morte em 2021. Além de ter percorrido todo o Brasil se apresentando recebendo homenagens, a vida e o trabalho do mestre tem sido tema de importantes estudos acadêmicos e documentários. Hoje seu acervo está no Museu do Mamulengo de Glória do Goitá, onde funciona uma escola de brincantes que leva o nome do mestre.

Mestre Zé Lopes (Glória do Goitá-PE).

Nasceu em 1950, em Glória do Goitá-PE, aos 10 anos fez seu primeiro boneco e desde então nunca parou. Em 1982 fundou o Mamulengo Teatro Riso, grupo com o qual percorreu as principais cidades do Brasil e países como Portugal e Itália. Em seis décadas de atuação inseriu filhos e filhas na arte do boneco repassando-lhes seus saberes, foi eleito em 2016 Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, e em 2020, após sua morte, recebeu o título de Patrono dos Mamulengos Pernambucanos. Hoje, o mestre ainda continua sendo tema de estudos acadêmicos e seu Mamulengo segue conduzido por Neide Lopes, viúva e pelas filhas que teve com a mesma.


Mais informações no @armorial_ic


















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